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Contra Timarco
Discurso proferido por Ésquines em Atenas no ano 345 a.C.
Contexto Político
Ésquines fora enviado em embaixada para Megalópolis, na Arcádia para preparar uma liga liga pan-helênica contra a Macedônia. O projeto fracassou, e Ésquines percebeu que Atenas ficaria isolada. Em vista disso, Ésquines procurou uma política de concessões. Em 346 a.C. foi encarregado de negociar a paz com os macedônios.
Em 345 a.C., Demóstenes e Timarco acusaram Ésquines de ter sido corrompido por Filipe. Através de brilhante oratória, no discurso Contra Timarco, Ésquines contra-argumentou que Timarco não tinha direito a voz devido à sua depravação, por ter sido o eromenos de muitos homens na cidade portuária de Pireu quando jovem. O argumento foi aceito e Timarco perdeu seus direitos políticos (atimia).
Demóstenes afirma que essa condenação destruiu a carreira política de Timarco. Esse comentário é interpretado por Pseudo-Plutáraco na obra As Vidas de Dez Oradores como indicação que Timarco teria se suicidado. Essa interpretação é contestada por alguns historiadores
Relevância
O discurso Contra Timarco é importante pela extensa citação das leis atenienses, e também pelas informações sobre a tolerância a relacionamentos homosexuais masculinos na época. O discurso mostra que tais relacionamentos entre homens e jovens eram tolerados, desde que baseados em atração mútua. Ésquines menciona suas próprias atrações, disputas e poemas dedicados a meninos. Por outro lado, a prostituição masculina, com sexo em troca de dinheiro, era condenada, como a sentença contra Timarco mostra.
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Se qualquer ateniense se prostituir, não terá permissão para se tornar um dosnove arcontes, para qualquer sacerdócio, para atuar como advogado do povo ou exercer qualquer ofício, em Atenas ou outro lugar, por sorteio ouvotação; não terá permissão para ser enviado como arauto, para fazer qualquer proposta na assembléia dos cidadãos e em sacrifícios públicos,para usar florão, quando todos usarem, para entrar em local de reunião purificado para a assembléia. Qualquer pessoa que, tendo sido condenada por prostituição, desobedecer a qualquer dessas proibições, será condenadaà morte.
Ésquines, Contra Timarco, 21
trad. Ordep Trindade Serra